O QUE VOCÊ QUER DIZER NUMA LÍNGUA PRECISA, ANÊMONA?

Sonharíamos com fonemas tornando-se margens precisas e
impermanentes de espaço e placidez, vastas
extensões de um presente vibrando na combustão esplêndida de
inalar oxigênio e exalar dióxido de carbono e outros
gases: uma efervescência de calor e luz, aromas, gaguejos,
grunhidos, saliva, muco, fluidos estrondosos, gemidos amorosos que
gaguejam uma inspiração após a outra e abrem caminho para
novas formas de compartilhar o espaço, de habitar tua
profundidade e a minha como água que corre pelas montanhas: rio
cristalino.

Amar um ao outro com alegria e presença como a última gota
de um copo cheio, amar agora, anêmonas magnetizadas
e esplêndidas em profunda inspiração e expiração montanha acima,
longe da dor e das formas imperiais. Longe
do trágico, cômico, leucipiano eu ou tu.
Amar longe, anêmonas formas precisas e efervescentes
do entardecer, presenças espumantes transformadas em calor e
alegria amorosa sem margens ou grades: folhas soltas.
Amar malvas vertidas em carícia e júbilo e
pedras límpidas no fundo do leito do rio, nascente, repouso
em paz e reverberações livres:
Amar um ao outro